Dia: 14 de dezembro de 2022

Sr. nos oferece uma nova visão sobre o relacionamento entre Robert Downey Jr. e Robert Downey Sr.

Apesar de estar envolvido no projeto há meses, Robert Downey Jr. ainda se emociona ao assistir “Sr”, especialmente nos momentos finais. Quem assistiu ao documentário, também compartilha do mesmo sentimento

“Eu não deveria ter assistido os últimos 20 minutos, não consigo lidar com isso”, afirmou o ator durante entrevista concedida para Scott Feinberg (The Hollywood Reporter) após a exibição de Sr no DGA Theatre Complex em Los Angeles, que além de contar com a presença de personalidades do jornalismo, também contou com o comparecimento de Tom Holland, Zendaya e Adrien Brody.

“Nós não estávamos tentando fazer alguma coisa emocionante. A maneira como tudo se desenrolou foi realmente evocativa. Estávamos apenas tentando encontrar o equilíbrio certo”, complementou.

Sr é diferente de tudo o que já vimos ao longo da carreira de Robert Downey Jr. Não é à toa que o documentário vem recebendo críticas e avaliações positivas constantemente, considerado o melhor documentário do ano e está entre os favoritos para concorrer ao Oscar.

Para quem ainda não teve o privilégio de assistir, filmado ao longo de três anos, Sr traz detalhes dos últimos anos de vida de Robert Downey (Sr) e o relacionamento construído com Robert Downey Jr., incluindo arquivos de família, momentos íntimos de descontração, e claro, cenas emocionantes, onde é exibido toda a dor de Robert por estar perdendo o pai pouco a pouco para o parkinson.

“Todo esse projeto começou tristemente para mim, honestamente, era um padrão de evitação. Como faço para lidar com o fato de que esse personagem maior que a vida, pelo qual passei tantos anos influenciado, não está bem?”, comentou o ator.

Susan Downey acrescentou: “(Robert Downey Sr.) já estava procurando ativamente se envolver e ter um projeto para fazer, então acho que ajudou. Então a segunda coisa, que todos vocês veem no filme, é que muito rapidamente, não importava o que queríamos, essa era a maneira dele de fazer isso. Ele acabou participando porque teve a forma que quis participar, o que de novo, agora pensando faz sentido porque esse é um cara que sempre se comunicou através de seus filmes, muito mais do que nunca articulando qualquer resposta. Para fazer isso fazendo um filme ou sua versão dele, meio que acaba fazendo sentido.”

E sobre o assunto “vício”, que muito fez parte de manchetes em Hollywood anos atrás, também foi abordado ao longo do projeto. Segundo Downey Jr. era impossível seguir com o documentário sem isso.

“Se alguém já lidou com alguém viciado, sabe que não tem nada a ver com outra pessoa”, Disse Susan. “Eles têm que estar preparados. Se você pode ser uma pequena parte da criação de um mundo alternativo para eles que diz: ‘Ei, estou aqui. Se você estiver limpo, ótimo.’ Mas não há nenhum crédito que eu possa ter além de basicamente dizer, ‘Aqui está o que eu preciso que aconteça,’ ou mais importante, ‘O que não pode estar acontecendo.’

Ao longo da entrevista, Robert deixou claro que essa conversa já havia acontecido entre ele e Susan, do qual ele carinhosamente chamou de “a conversa mais clara que já tive na minha vida”. 

Voltando para Sr, o ator também comentou que, por muitas vezes, esquecia que uma câmera estava ligada e que algumas cenas iriam fazer parte de um dos projetos mais especiais que ele já havia feito:

“Eu nem sabia se essa coisa ia sair, então eu não estava pensando sobre isso do jeito que você faria onde você está, bem, é melhor você se certificar de que esse maldito gorro que você está usando parece certo na sua cabeça. Eu não estava pensando em nada disso.”

Sobre os últimos minutos finais do documentário, é realmente tudo muito emocionante. Apesar de não demonstrar sofrimento na frente do pai, toda a carga de emoção de Robert pode ser sentida quando ele está sozinho. Mesmo tendo passado momentos inesquecíveis ao lado de Sr, o tempo não parecia ter sido o suficiente. Ao pedir que Exton se despeça do avô, é possível sentir o sentimento de dor do ator e as dúvidas que o cercavam: será que essa é a última vez?

Infelizmente, a resposta foi sim. A cena final do documentário foi a última vez que os garotos Downey’s estiveram juntos. E se tem uma coisa que podemos garantir é que isso jamais será esquecido.

Sr. já está disponível na Netflix.

# Entrevistas, família, Hollywood

Em entrevista a Total Film, Christopher Nolan fala sobre as estrelas Cillian Murphy e Robert Downey Jr.

“Oppenheimer” de Christopher Nolan tem um elenco extremamente impressionante e repleto de estrelas. No papel principal, Cillian Murphy interpreta J. Robert Oppenheimer – ‘o pai da bomba atômica’. O ator irlandês sempre desempenhou papéis coadjuvantes (significativos) nos filmes de Nolan, desde a trilogia do “Cavaleiro das Trevas” até “A Origem” e “Dunkirk”. Embora Nolan afirme que tenta não ter atores em mente ao escrever seus roteiros, ele admite que estava adorando a perspectiva de poder oferecer a Murphy um papel principal.

O elenco também inclui Matt Damon, Florence Pugh, Rami Malek, Gary Oldman, Josh Hartnett e Kenneth Branagh, citando apenas alguns. Robert Downey Jr. aparece como Lewis Strauss, presidente da Comissão de Energia Atômica dos EUA, que mais tarde entraria em conflito com Oppenheimer.

“Todos nós sabemos que Robert Downey Jr. é uma das grandes estrelas do cinema”, explica Nolan. “É tão fácil esquecer que ele também é um dos maiores atores de todos os tempos. Vê-lo se perder naquela atuação e se perder completamente em um personagem dessa maneira, foi apenas um lembrete do ator incrível que ele é”.

Nolan ainda completa dizendo que “Oppenheimer” é um dos projetos mais desafiadores que já assumiu em termos de escala. O diretor relata que recriou a detonação da bomba atômica sem o uso de computação gráfica.

“Acho que recriar o teste Trinity [a primeira detonação de uma arma nuclear, no Novo México] sem o uso de CGI foi um grande desafio”, explica Nolan. “Andrew Jackson – meu supervisor de efeitos visuais – estava pesquisando como poderíamos fazer muitos dos elementos visuais do filme de forma prática, desde a representação da dinâmica quântica e da física quântica até o próprio teste Trinity. Fomos com a equipe para Los Alamos, no Novo México, e percebemos que o clima era perfeito e que aquilo era necessário para o filme, e que também havia enormes desafios práticos.”

Esqueça quaisquer noções preconcebidas que você possa ter sobre um filme biográfico e histórico.

“É uma história de imenso escopo e escala”, diz Nolan. “É um dos projetos mais desafiadores que já assumi em termos de escala e em termos de encontrar a amplitude da história de Oppenheimer. Havia grandes desafios logísticos, grandes desafios práticos. Mas eu tinha uma equipe extraordinária , e eles realmente se esforçaram muito para que o filme ficasse do jeito certo. Vai levar um tempo até terminarmos. Mas, certamente, enquanto vejo os resultados chegando e enquanto estou montando o filme, estou emocionado com o que minha equipe conseguiu alcançar.”

Apesar de tudo o que há de novo em “Oppenheimer”, ainda esperamos que as principais preocupações de Nolan estejam presentes: a experiência subjetiva da realidade e as explorações do próprio tempo sempre foram temas marcantes na carreira de Nolan, enquanto suas narrativas são muitas vezes estruturalmente ousadas. “Oppenheimer” não é exceção.

“Estamos tentando contar a história de vida de alguém e sua jornada pela história pessoal e pela história em grande escala”, diz Nolan. “E assim a subjetividade da história é tudo para mim. Queremos ver esses eventos pelos olhos de Oppenheimer. E esse foi o desafio que lancei para Cillian: como vemos essa história extraordinária pelos olhos da pessoa que estava no centro dela? Todas as nossas decisões sobre como fazer este filme foram baseadas nessa premissa real.”

“Oppenheimer” estreia nos cinemas brasileiros em 20 de julho de 2023.

# Oppenheimer