Tag: the judge

Graças a sua cabeça recém-raspada e seu áspero guarda-roupa, Vincent D’Onofrio entra na sala, basicamente, como o Kingpin, o vilão careca que ele vai interpretar em “O Demolidor”, próxima série da Marvel para a Netflix. E esse é bem distante de seu personagem em O Juiz, que tem sua estréia no Toronto International Film Festival. Ele faz o irmão mais velho de um advogado figurão interpretado por Robert Downey Jr., um contemporâneo de atuação – e agora companheiro de firma na Marvel – que, de alguma forma, D’Onofrio não tinha cruzado antes.

É surpreendente que você e Robert Downey Jr. não tenham se cruzado antes.

Ficamos surpresos também. Somos basicamente da mesma geração de atores. Eu lembro ter contado pra ele essa história quando nos conhecemos. Eu estava sentado em uma poltrona de cinema assistindo Chaplin – eu sou um pouco mais velho que ele mas ele começou a atuar antes de mim – e eu virei pro meu amigo e disse “Cara, se esse garoto consegue fazer isso, eu estou arruinado!” Eu estava tão impressionado com seu talento. Sabe, ele é um cara extraordinário, o Sr. Downey. Considero-o um grande amigo, agora, nos tornamos bons amigos. Já conversamos sobre isso, como queríamos que tivéssemos trabalhado juntos no passado. Mas agora há muito tempo.

Você e Robert fizeram alguma referência ao seu trabalho como Thor em Uma Noite de Aventuras, visto que ele interpreta o Homem de Ferro?

Sim. Sim, muito. (risos) Nós dois somos parte da Marvel agora. É um grande mundo, esse mundo. É impressionante. Na verdade, quando eu estava considerando interpretar Kingpin, eu pedi seu conselho. Eu acredito em sua opinião em relação à máquina Marvel, é bastante impressionante. Não importa a quantidade de negócios que eles fazem e blá blá blá, esse é um mundo completamente diferente. E eu não sou muito familiarizado com esse mundo. Mas em questão de criatividade eles estão completamente no topo do negócio.

 

Fonte

# Sem categoria

O The Globe and Mail registrou a caminhada de Robert por todo o TIFF, e agora, em época de festival, nos conta tudo o que lembra do ator ao longo dos anos.

O Festival de Cinema de Toronto está acontecendo e, agora, com todas suas estreias em mais uma temporada de Oscar, sua função como um grande aquário de celebridades nunca foi tão pronunciada quanto está sendo esse ano, com Robert Downey Jr. em destaque. Desenrolando: a estréia mundial de O Juiz. Aparecendo em todas as cenas: o homem que uma vez fez Lindsay Lohan parecer amadora (sério), mas, mais recentemente, escalou para o topo da lista da Forbes das estrelas mais rentáveis de 2014. Mesmo em uma cultura onde redenção é de praxe, o arco de RDJ é uma figura notável. E Toronto, em setembro, lugar onde o ator já visitou 4 vezes durante os últimos 20 anos, é um local tão bom quanto qualquer outro para acompanhar uma confusão tremenda se tornar em profunda eminência.

Lembra do Hotel Sutton Place?” é um prólogo para tantas memórias de veteranos do festival, especialmente para a roubada de cena que Downey deixou aqui há precisamente 20 anos. Enquanto tinha a simpatia dos funcionários do hotel, o ator, que até então tinha 21 anos, começou a socar uma parede e engatinhar. Só Você (filme dirigido por Norman Jewison no Canadá) era filme que ele estaria lá para promover. O Sutton Place – que, na época, era uma praça de frente para o festival – não existe mais. Assim como o Downey Jr. que era guiado por seus demônios.

Ele foi brilhante em trabalhar com… uma jovem estrela em espera“, é como seu diretor de Assassinos por Natureza (Natural Born Killers), Oliver Stone, uma vez descreveu o ex-Brat Packer. Em 1994, porém, o ano do incidente de Sutton Place, o início de um lento colapso começara. A fama, bem entrincheirada, tinha sido revelada por sua primeira indicação ao Oscar, na cinebiografia Chaplin, assim como um romance brilhante com Sarah Jessica Parker (é verdade, Homem de Ferro e Carrie Bradshaw viveram um com o outro durante cinco longos anos), mas em outros aspectos ele estava prestes a ir pelo ralo. Os próximos anos seriam tortuosos: ele foi pego em flagra em seu carro com 0,42 gramas de heroína, 1,49 gramas de cocaína, e uma .357 magnum debaixo do banco do passageiro da frente), e no mês seguinte ele foi o anti-herói de um cenário imediatamente apelidado de incidente de “Goldlocks” (enquanto aguardava julgamento, Downey apareceu na casa de Malibu de um vizinho e desmaiou na cama de um garoto de 11 anos – a posterior ligação para a emergência se tornaria um dos primeiros fenômenos virais da Internet).

Suas maiores aventuras incluem escapar da reabilitação vestido com uma camisa havaiana, e derreter diante de nossos olhos, culpa de Diane Sawyer. No canal ABC, Sawyer perguntou: “Você é um bom mentiroso?” Downey respondeu a Sawyer “Sim, você tem que ser.“, Sawyer: “Um grande mentiroso?” Downey: “Sim“. Sawyer: “Então, qual é a mentira que todos devem estar atentos caso você use novamente?” Downey: “Eu estou bem“.

 

Nos projetando para os festivais de 2003 e 2005, onde, se ele não era exatamente bom, ele estava pelo menos tentando… Tentando forjar uma volta às telonas com seu primeiro filme em 3 anos – depois de sua fase “Orange is the New Downey”(série americana, original: Orange is the New Black) – cuja primeira ocasião foi The Singing Detective, uma adaptação de uma antiga minissérie da BBC. A revisão? Muito bom, apesar da maioria dos comentários discutirem problemas pessoais de Downey. Outro fato memorável foi quando a tentativa de Downey de ficar livre do álcool foi prejudicada por um garçom que derramou um coquetel em suas calças. Quando o garçom voltou lhe oferecendo água com gás, Downey desviou. “Mas vou beber.” ele disse, pegando a lata.

Dois anos depois, ele estava de volta com Beijos e Tiros, que tinha como coadjuvante Val Kilmer. Eu lembro de ter visto ele muitas vezes durante o festival naquele ano em particular, incluindo uma vez no Amber em Yorkville, mexendo com o chapéu que usava. Aquele filme também tinha uma punhado de fãs, mas nada que pressagiava o tipo de retorno que Downey teria. Sua vida desde então vem se tornando uma exceção ao famoso ditado de F. Scott Fitzgerald – “Não existem segundas chances nas vidas americanas” – sendo ajudado por um feliz acidente de casting (Homem de Ferro 3, sozinho, fez mais de 1,2 bilhões de dólares a redor do mundo), o amor de uma boa mulher (sua esposa, Susan Downey, sempre leva o crédito por ter sido uma força estabilizadora) e muito trabalho.

Eu parei de me preocupar em resolver as coisas e simplesmente comecei a lidar com o que estava na minha frente, a bola quicando do momento

Essa semana, quando ele aparece ao festival pela quarta e mais sublime vez, uma coisa é certa: será a primeira vez que a marquise na noite de abertura contará com a presença de um homem que trabalhou cinco dias por semana esfregando panelas, numa penitenciária, ganhando oito centavos por hora. O Juiz, que leva Downey de volta a um papel direcionado ao personagem, que não era o forte da Marvel nem de sua franquia Sherlock Holmes, é, de uma só vez, um thriller legal e uma história familiar que faz ponte com Num Lago Dourado (1981) e  uma picada do clássico Grisham(escritor americano). Mesmo em seus momentos mais numéricos, Downey – que nunca esteve tão lindo – leva isso para além do roteiro, ou para como se pareceria um antiquado “veículo estrela”.

No processo, ele também nos lembra por que ninguém consegue ser RDJ como RDJ.

Fonte

# Sem categoria

Os dois Roberts estão além da porta de vidro. A tensão é elevada. O primeiro, que já é um osso duro de roer, em poucos minutos irá definir o segundo como “uma montanha para escalar.” Eles são pai e filho na ficção de O Juiz, o filme de David Dobkin, que vai abrir o festival no dia 4 de setembro, em Toronto, e que Io Donna viu na pré-visualização.

Nós vamos nos encontrar com Robert Downey Jr. – anexo revelador ao nome – e Robert Duvall, Bob (à moda dos diminutivos durou até a geração de De Niro, tente hoje chamar de “Bob” Robert Pattinson …). O Juiz, filme fortemente apoiado e estrelado por Downey, que também é o produtor com sua esposa Susan (sua empresa é chamada Team Downey) conta a história de uma volta às origens. Downey, um cínico advogado, cortou os laços com Carlinville, Indiana, uma pequena cidade fictícia “onde ninguém gostaria de voltar e de onde ninguém iria querer sair”, e com sua família. O pai de todos. Julgue antiquado, vagamente autoritário, respeitado e temido por todo o conselho. A morte de sua mãe obriga os dois a renovarem os laços, em meio a muita revolta, amenidades e várias boas piadas em família. “Onde você estava quando distribui os testículos?” Irmãos apostrofando Downey, que, ao contrário dele, estão fascinados pelo carisma paternal.

Robert Downey Jr. está tranquilamente inclinado sobre uma espreguiçadeira no Hotel Casa Del Mar, de frente para a praia de Santa Monica e não se desprende de sua bolsa, que é quase uma mala de viagem. “É uma necessaire, desenvolvida pela Porsche, tenho um CD no caso de você querer ouvir alguma música, dinheiro – melhor não deixá-lo na sala – e um sapato em caso de emergência.” Muito jovem na escolha do calçado, Robert Downey está elegantemente minimalista e, até o tornozelo, monocromático. Calças azuis bem passadas e gola de lã, vestindo um tênis com a sola brilhante. Depois da troca, outra exclusividade, outros LEDs piscando, mesmo modelo. Bob Duvall é um modelo de sobriedade. Seu pai era um militar. E de seu legado, que conhece bem (ganhou um Oscar em 1973 por O Poderoso Chefão), não há como escapar. “Meu pai estava freqüentemente no mar. Durante a guerra, nós não o vimos quase nunca“, diz ele. “Minha mãe comandava a casa. Quando ele voltou, em teoria, deveria ter sido feita a troca, mas, na verdade, o chefe da família sempre foi ela.”

Sr. Downey, a respeito de Guy Ritchie, que lhe dirigiu duas vezes em Sherlock Holmes, ele descreveu você e sua esposa como a “melhor ilustração de um casamento simbiótico”. Yin e Yang. Robert seria uma cruz caso não tivesse Susan para mantê-lo em terra.

Robert: Bom, eu estou feliz que o Guy finalmente reconheceu que eles não são uma cruz.

Duvall: É uma delícia, mas aí vem a cruz.

Robert: Susan vem sendo o motor desse filme. Ela convenceu aqueles que teriam que proporcionar os cheques e acima de tudo, me convenceu. “Outro advogado?” ele resistiu. “Eu vivi um advogado em Ally McBeal”. Por trás de todo grande homem existe uma grande mulher que faz todo o serviço.

Duvall: E você, na maioria das vezes, nunca leva o crédito.

Sr. Duvall, na idade que Robert tem hoje, você estava nas florestas filipinas filmando Apocalypse Now.

Robert: “Eu amo o cheiro de Napalm pela manhã” – Você tem algum conselho para que Robert tenha uma carreira tão longa quanto essa?

Duvall: Não há nenhum conselho a ser dado. Essa geração tem muito mais a nos ensinar do que o oposto. Você já viu Matthew McConaughey? Se Marlon Brando ainda estivesse vivo seria um único tiro.

Sr. Downey, em meio aos seus outros projetos está Pinocchio, do qual você interpretaria Geppetto. Você não se cansa de investigar a relação pai e filho?

Robert: Meu pai é um artista brilhante (autor de filmes da vanguarda, muito relacionados à cultura dos anos 70), é o tipo de cara que entra numa sala e a preenche. Ele parece o juiz de nosso filme. Ele senta na bancada e todos os outros são réus. (ri) É o tipo de cara que faz você rir assim que ele abre a boca e quando você é uma criança você pensa ‘o que eu posso dizer que seja tão engraçado quanto?’. Agora, eu e ele temos um ótimo relacionamento, mas houve um tempo em que meu pai, como todos os outros, pôs uma sombra em torno de mim. Na vida, todos nós temos coisas para pôr em seus devidos lugares.

Falando em juízes, você acha que o passado lhe ajudou em relação a esse filme? (entre 1990 e 2001 ele se envolveu em várias confusões judiciais)

Robert: Se você nunca fez nada de errado, então os juízes são maravilhosos.

Duvall: Nesse filme eu quis me inspirar naqueles juízes do sul que mascam chicletes de tabaco, mas para isso seriam necessárias ofertas ao mercado americano.

Mas e quanto àqueles que o inspiraram?

Duvall: Eu li o roteiro do filme junto ao meu amigo, o juiz William Webster, que era chefe do FBI e da CIA.

Você ainda mantém contato com seus velhos amigos, mesmo os que não estão ligados a CIA?

Duvall: Alguém… Jimmy Caan (James Caan, com quem trabalhou em O Poderoso Chefão): que homem divertido, sempre contando piadas irresistíveis. Brando sempre demorava um pouco pra entender as piadas, ria uns 3 segundos depois. Gostaria de poder reunir Gene Hackman, Dustin Hoffman e ele e que pudéssemos nos ver duas ou três vezes por semana. O mandei uma mensagem enquanto estava no Novo México, mas não obtive resposta. Ele é muito reservado e então ele ficou doente. Mas eu também não gosto de freqüentar a casa de outros atores, com exceção de Jimmy Caan e Bill Murray, que me divertem muito.

Sr. Downey, Billy Bob Thornton, que interpreta o promotor do caso, disse no set de filmagens que vocês têm longas conversas sobre suas inseguranças. Afirma que por ter crescido no coração do sistema, fez da fragilidade sua força, caso contrário teria sido esmagado.

Robert: Não tem por que lamentar o passado, mas também não podemos fechar a porta da esperança e deixá-lo de fora. Para aqueles que me perguntam hoje como eram os tempos difíceis, como o divórcio e encontros com cineastas ruins, eu digo que eu estou aqui e agora, aquelas experiências me fizeram ser quem sou hoje. Não rejeito meu passado porque ele está dentro de mim, mas por outro lado, temos que seguir em frente. Claro, depois de algum tempo possam se desenvolver cupins dentro de você que comem a matéria-prima da qual você vem construindo a sua vida por completo, mas você aprende a desenvolver um antídoto.

Qual é o seu?

Robert: A relação com as pessoas que amo. Susan e eu – e eu acho que Bob sente o mesmo em relação à Luciana (esposa de Robert Duvall desde 2004), nós somos muito importantes um ao outro.

Duvall: Eu posso ser inseguro e vulnerável se pagarem. Mas se bastasse você saber chorar para ser um bom ator, minha tia seria Eleonora Duse.

 

Link para a galeria com as fotos da revista:

Início > Revistas > 2014 > Io Donna. 30 de agosto

Fonte

# Sem categoria