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Os dois Roberts estão além da porta de vidro. A tensão é elevada. O primeiro, que já é um osso duro de roer, em poucos minutos irá definir o segundo como “uma montanha para escalar.” Eles são pai e filho na ficção de O Juiz, o filme de David Dobkin, que vai abrir o festival no dia 4 de setembro, em Toronto, e que Io Donna viu na pré-visualização.

Nós vamos nos encontrar com Robert Downey Jr. – anexo revelador ao nome – e Robert Duvall, Bob (à moda dos diminutivos durou até a geração de De Niro, tente hoje chamar de “Bob” Robert Pattinson …). O Juiz, filme fortemente apoiado e estrelado por Downey, que também é o produtor com sua esposa Susan (sua empresa é chamada Team Downey) conta a história de uma volta às origens. Downey, um cínico advogado, cortou os laços com Carlinville, Indiana, uma pequena cidade fictícia “onde ninguém gostaria de voltar e de onde ninguém iria querer sair”, e com sua família. O pai de todos. Julgue antiquado, vagamente autoritário, respeitado e temido por todo o conselho. A morte de sua mãe obriga os dois a renovarem os laços, em meio a muita revolta, amenidades e várias boas piadas em família. “Onde você estava quando distribui os testículos?” Irmãos apostrofando Downey, que, ao contrário dele, estão fascinados pelo carisma paternal.

Robert Downey Jr. está tranquilamente inclinado sobre uma espreguiçadeira no Hotel Casa Del Mar, de frente para a praia de Santa Monica e não se desprende de sua bolsa, que é quase uma mala de viagem. “É uma necessaire, desenvolvida pela Porsche, tenho um CD no caso de você querer ouvir alguma música, dinheiro – melhor não deixá-lo na sala – e um sapato em caso de emergência.” Muito jovem na escolha do calçado, Robert Downey está elegantemente minimalista e, até o tornozelo, monocromático. Calças azuis bem passadas e gola de lã, vestindo um tênis com a sola brilhante. Depois da troca, outra exclusividade, outros LEDs piscando, mesmo modelo. Bob Duvall é um modelo de sobriedade. Seu pai era um militar. E de seu legado, que conhece bem (ganhou um Oscar em 1973 por O Poderoso Chefão), não há como escapar. “Meu pai estava freqüentemente no mar. Durante a guerra, nós não o vimos quase nunca“, diz ele. “Minha mãe comandava a casa. Quando ele voltou, em teoria, deveria ter sido feita a troca, mas, na verdade, o chefe da família sempre foi ela.”

Sr. Downey, a respeito de Guy Ritchie, que lhe dirigiu duas vezes em Sherlock Holmes, ele descreveu você e sua esposa como a “melhor ilustração de um casamento simbiótico”. Yin e Yang. Robert seria uma cruz caso não tivesse Susan para mantê-lo em terra.

Robert: Bom, eu estou feliz que o Guy finalmente reconheceu que eles não são uma cruz.

Duvall: É uma delícia, mas aí vem a cruz.

Robert: Susan vem sendo o motor desse filme. Ela convenceu aqueles que teriam que proporcionar os cheques e acima de tudo, me convenceu. “Outro advogado?” ele resistiu. “Eu vivi um advogado em Ally McBeal”. Por trás de todo grande homem existe uma grande mulher que faz todo o serviço.

Duvall: E você, na maioria das vezes, nunca leva o crédito.

Sr. Duvall, na idade que Robert tem hoje, você estava nas florestas filipinas filmando Apocalypse Now.

Robert: “Eu amo o cheiro de Napalm pela manhã” – Você tem algum conselho para que Robert tenha uma carreira tão longa quanto essa?

Duvall: Não há nenhum conselho a ser dado. Essa geração tem muito mais a nos ensinar do que o oposto. Você já viu Matthew McConaughey? Se Marlon Brando ainda estivesse vivo seria um único tiro.

Sr. Downey, em meio aos seus outros projetos está Pinocchio, do qual você interpretaria Geppetto. Você não se cansa de investigar a relação pai e filho?

Robert: Meu pai é um artista brilhante (autor de filmes da vanguarda, muito relacionados à cultura dos anos 70), é o tipo de cara que entra numa sala e a preenche. Ele parece o juiz de nosso filme. Ele senta na bancada e todos os outros são réus. (ri) É o tipo de cara que faz você rir assim que ele abre a boca e quando você é uma criança você pensa ‘o que eu posso dizer que seja tão engraçado quanto?’. Agora, eu e ele temos um ótimo relacionamento, mas houve um tempo em que meu pai, como todos os outros, pôs uma sombra em torno de mim. Na vida, todos nós temos coisas para pôr em seus devidos lugares.

Falando em juízes, você acha que o passado lhe ajudou em relação a esse filme? (entre 1990 e 2001 ele se envolveu em várias confusões judiciais)

Robert: Se você nunca fez nada de errado, então os juízes são maravilhosos.

Duvall: Nesse filme eu quis me inspirar naqueles juízes do sul que mascam chicletes de tabaco, mas para isso seriam necessárias ofertas ao mercado americano.

Mas e quanto àqueles que o inspiraram?

Duvall: Eu li o roteiro do filme junto ao meu amigo, o juiz William Webster, que era chefe do FBI e da CIA.

Você ainda mantém contato com seus velhos amigos, mesmo os que não estão ligados a CIA?

Duvall: Alguém… Jimmy Caan (James Caan, com quem trabalhou em O Poderoso Chefão): que homem divertido, sempre contando piadas irresistíveis. Brando sempre demorava um pouco pra entender as piadas, ria uns 3 segundos depois. Gostaria de poder reunir Gene Hackman, Dustin Hoffman e ele e que pudéssemos nos ver duas ou três vezes por semana. O mandei uma mensagem enquanto estava no Novo México, mas não obtive resposta. Ele é muito reservado e então ele ficou doente. Mas eu também não gosto de freqüentar a casa de outros atores, com exceção de Jimmy Caan e Bill Murray, que me divertem muito.

Sr. Downey, Billy Bob Thornton, que interpreta o promotor do caso, disse no set de filmagens que vocês têm longas conversas sobre suas inseguranças. Afirma que por ter crescido no coração do sistema, fez da fragilidade sua força, caso contrário teria sido esmagado.

Robert: Não tem por que lamentar o passado, mas também não podemos fechar a porta da esperança e deixá-lo de fora. Para aqueles que me perguntam hoje como eram os tempos difíceis, como o divórcio e encontros com cineastas ruins, eu digo que eu estou aqui e agora, aquelas experiências me fizeram ser quem sou hoje. Não rejeito meu passado porque ele está dentro de mim, mas por outro lado, temos que seguir em frente. Claro, depois de algum tempo possam se desenvolver cupins dentro de você que comem a matéria-prima da qual você vem construindo a sua vida por completo, mas você aprende a desenvolver um antídoto.

Qual é o seu?

Robert: A relação com as pessoas que amo. Susan e eu – e eu acho que Bob sente o mesmo em relação à Luciana (esposa de Robert Duvall desde 2004), nós somos muito importantes um ao outro.

Duvall: Eu posso ser inseguro e vulnerável se pagarem. Mas se bastasse você saber chorar para ser um bom ator, minha tia seria Eleonora Duse.

 

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Robert Downey Jr. ri maliciosamente quando ele é lembrado o quão citavelmente cínico seu personagem jurídico Hank Palmer é em O Juiz, que abre o Festival Internacional de Toronto na noite de gala no dia 4 de setembro.

“Todo mundo quer Atticus Finch,” diz Palmer. “até que haja uma prostitua morta na hidromassagem.”

“Ha, ha!” Downey ri ao telefone, direto de Los Angeles. “Eu acho que vamos fazer muitos adesivos com essa frase, então você está no lucro.”

Isso certamente se encaixa na imagem que a maioria das pessoas tem de Downey, 49. Ele é conhecido por sua língua afiada, dentro e fora da tela, seja quando ele está interpretando um super-herói espertinho em Homem de Ferro e Os Vingadores, usando sarcasmo como em Sherlock Holmes, seja trocando farpas com outras celebridades de Hollywood no Oscar ou Globo de Ouro.

Considerando a ambição de Downey para O Juiz, uma estreia mundial no TIFF cai em uma direção diferente. Ele quer mostrar como até o menos provável dos caras podem se tornar alguém renomado, se houver vontade e as estrelas se alinharem. “Minha maior esperança para O Juiz,” ele diz. “é que ele pode representar a salvação de Hank na mais improvável das circunstâncias.”

Um advogado de Chicago sem escrúpulos, Hank Palmer defenderá qualquer criminoso que tenha uma carteira gorda. “As pessoas inocentes não podem me pagar.”

Ele é a antítese de Atticus Finch, um nobre advogado de O sol é para todos (To Kill a Mockingbird), um filme que ressoa dentro do drama O Juiz – Robert Duvall estava nesse clássico jurídico de 1962 e agora é a estrela título de O Juiz, interpretando o distante Juiz Joseph Palmer.

No entanto, quando Hank se encontra de volta em sua cidade natal em Indiana para defender seu pai em uma acusação de assassinato – o pai é acusado de atropelar um ex-réu desprezado – ele é forçado a enfrentar não só os velhos fantasmas da família, mas também os espíritos malignos de sua atual existência.

Interpretar um personagem antipático não é novidade para Downey, mas onde você leva esses personagens é o que interessa a ele.

“Eu acho que quase todo mundo é, em algum nível, um personagem antipático,” ele reflete. “Se você realmente o conhecesse, você entenderia. Para mim, muitas vezes, é apenas uma exploração da mitologia do ser. Eu tendo a canalizar meus colegas e influências, figuras históricas, conhecidos e desconhecidos para esses grupos e subgrupos. Eu adoro qualquer história que me dê alguma compreensão e que me coloque realmente no lugar de alguém, especialmente se houver um bom tema. (O Juiz tem) pais, filhos, leis e salvação.”

Aí está essa palavra “salvação” de novo. E isso, obviamente, soa verdadeiro para um ator que cometeu erros em boa parte de sua vida e carreira e desventuras na reabilitação e até prisão, ainda que ele esteja consciente das várias “segundas chances” que já teve.

Ele considera sua viagem para Toronto para O Juiz como um regresso à sorte, de várias maneiras.

“Ficamos muito honrados,” ele diz de seu filme ser selecionado como o filme de estreia do festival. “A grande coisa é que a maior audiência de amantes do cinema proválvemente está em Toronto. Assim, o fato de sermos chamados para dar a largada ao festival, foi muito satisfatório. É um grande voto de confiança e estamos realmente orgulhosos.”

“Eu acho que a última vez que eu estive lá foi com Beijos e Tiros e eu só me lembro de mim e ‘da patroa’ sendo parte dessa grande coisa que era na verdade apenas uma pequena nota na lateral.

“Nos conhecemos em Montreal, então qualquer coisa que tenha a ver com aquele lugar ao norte de nossas fronteiras, temos um sentimento distorcido sobre o assunto.”

Robert e Susan também estão tendo um “sentimento distorcido” em relação a uma adição antecipada à família: novembro vai lhes trazer uma filha, uma irmã para dois irmãos mais velhos.

“É muito louco,” diz sobre ter sua primeira filha 6 meses antes de completar 50 anos. “Ela é de verdade agora. Ela não tem nome ainda, mas, meu Deus, daqui a pouco ela vai estar ligada e barulhenta.”

O Juiz também reúne Downey com Duvall, um ator que ele admira muito. Eles já apareceram juntos em dois filmes anteriores: Até Que a Morte Nos Separe (The Gingerbread Man) e Bem-vindo ao Jogo (Lucky You), mas esses eram elencos de conjunto e seus caminhos mal se cruzaram.

“Eu estive periférico com ele algumas vezes. Eu nunca deixaria qualquer lugar onde ele passou sem demonstrar meus respeitos,” disse Downey. “Ele vem sendo uma daquelas figuras iminentes. Dobkin disse quando ele estava formando essa ideia, quando estávamos desenvolvendo o filme, que o juiz deve ser uma ‘montanha’ que é aparentemente impossível que Hank consiga escalar. Com sua estatura, Bobby fez com que fosse fácil.”

Será que Robert sentiu que ele tinha que acelerar seu jogo para conseguir um mano a mano com Duvall?

“Oh, meu Deus, por favor! Eu não quero dizer que isso é uma progressão natural de interpretar super-heróis e assistentes da inteligência Vitoriana, mas eu sinto, de algum modo, que tudo em que eu estive nos últimos anos foi útil na hora de entrar em algo como isso. As temáticas são maiores em cada pedaço nesse, em um filme sem gêneros.”

Downey interpretou advogados muitas vezes em sua carreira, vezes o suficiente para que ele não tenha tido certeza se devia ou não fazer isso outra vez, no início. Foi sua mulher Susan – parte de sua produtora Team Downey – que insistiu que Hank Palmer era um papel que ele tinha de fazer.

E mais uma vez, há um sentimento de ser levado em um ciclo por isso. Downey recorda que o primeiro filme que realmente teve um impressão nele enquanto crescia foi O Veredito, de 1982, drama estrelado por Paul Newman, como um advogado na desgraça que precisava de redenção. O papel deu a Newman uma indicação ao Oscar, um pouco de história que Downey ficaria muito feliz em ver se repetindo.

“Eu lembro de ter visto O Veredito no cinema e lembro de como as pessoas deixaram aquele ar de exibição sobre Paul Newman. Não apenas o corpo de seu trabalho, mas como tudo aquilo meio que o direcionou àquele momento definitivo e interpretar alguém que não seja aquele cara que você sabe que ele é. E como ele foi tão pressionado por Sidney e como houveram tantas reclamações dele indo a um lugar que era totalmente desconfortável. Em última análise, O Veredito é sobre ele (Newman).”

E talvez O Juiz seja um pouco sobre Robert Downey Jr.? Existe uma fala engraçada no final do filme, quando sua ex-namorada do colegial, interpretada por Vera Farmiga, faz referência a “essa coisa de vocabulário vômito que você faz,” uma fala que divertidamente bate na porta da casa de Downey.

Ele é conhecido hoje por ser tagarela, mas no início de sua carreira ele era famoso por interpretar o comediante mudo Charlie Chaplin em Chaplin, a cinebiografia de 1992 que deu a Downey sua primeira indicação ao Oscar (a segunda foi pela comédia Trovão Tropical e 2008).

“Eu me perguntava, será que realmente é isso com que Hank se parece? Será esse ‘Hank’?” o ator resmunga sobre a piada do “vocabulário vômito”.

“E nesse ponto, honestamente, mesmo que o filme seja um conjunto fictício de circunstâncias e personagens e temáticas, há algo sobre ele que ressoa comigo.

“Eu, obviamente, não sou um advogado, mas eu interpretei um muitas vezes, e eu perguntei. ‘Espera aí, de quem nós estamos falando?’ Eu estava perguntando ao diretor, aos roteiristas e minha esposa de longa-e-sofrida data.

“Eles disseram, ‘Não, não, esse é o Hank – e é vocês dois!’ Eu acho que o mais legal foi o homem e sua namorada do colegial às margens de um lago com sua salvação em linha, e a coisa mais linda sobre essa cena é que o passado surge de uma forma que é brilhantemente concebido.”

Assim é o contexto mais amplo de O Juiz para Downey, que em última análise é mais do que a salvação. Trata-se de um homem querendo encontrar um lugar dentro de sua família novamente.

“Isso sempre me surpreende quando, em meio de uma crise, você pode dizer que há amor na família se eles estiverem aptos a rir, se auto-depreciar de alguma forma.” Downey diz. “Eles podem reconhecer que a vida é severa e que estamos nisso juntos, então o que é que vamos fazer?” ele finaliza.

 

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Robert deu entrevista à equipe da Empire para sua edição de outubro. Simon Braund foi ao set de O Juiz e conversou com os protagonistas do filme.

“Se, como a maioria das pessoas, você veio para apreciar a fama de espertalhão de Robert Downey Jr. na telona, seu mais novo filme, O Juiz, servirá como um choque. Começa em um terreno bem familiar, com o personagem de Robert, Hank Palmer, um advogado da cidade de Chicago, engajados em uma competição literal e figurativa com seu oponente, eviscerando ele verbalmente, seguindo sua marca registrada. É uma cena, como muitas em Sherlock Holmes e Homem de Ferro, que deixa exposta a incomparável habilidade do ator de transformar uma diplomacia ofensiva em divertida e cativante. No entanto, quando, momentos depois, Hank é chamado de volta para uma Indiana rural, para presenciar o velório de sua mãe, as coisas entram em um território muito mais obscuro.

No papel, o drama da família de David Dobkin tem um anel familiar de Richard Russo – um filho errante retorna às suas raízes para lutar com um armário de carga cheio de esqueletos familiares e cruzar espadas com seu pai distante, um homem cujo profundamente enraizado com complexo de Deus, alimentado por décadas no banco do tribunal local, está sob o cerco de câncer. Adiciona-se o fato de que Hank tem que defender o velho contra uma acusação de assassinato e você seria perdoado por esperar algo mais espuma de sabão do que um lamaçal nas águas turvas das relações humanas.

Na verdade, graças ao diálogo afiado dos escritores Nick Schenk e Bill Dubuque e performances poderosas de todo o elenco (que também inclui Vera Farmiga, Billy Bob Thornton, Vincent D’Onofrio, Dax Shepard e Jeremy Strong), transcendem qualquer acusação de clichê. O evento principal, como seria de esperar, é o confronto entre Downey Jr. e Duvall, cuja cenas muitas vezes têm uma intensidade emocional que é difícil de assistir.

“(O filme) não é muito sobre salvação,” disse Downey Jr., conversando com a Empire no Hotel Casa del Mar, em Santa Monica. “É mais sobre confrontar coisas de um modo em que você realmente aprende com elas. Eu não conheço ninguém que não chegou a entrar em uma situação pelo menos parecida com essa. A primeira vez que ele vê seu pai no velório de sua mãe, há um contato mas não há comunicação. Sentimos que aquilo era importante, assim a audiência saberia aonde esses caras estão. A falta de comunicação é ainda maior do que a morte de sua mulher.”

Pessoalmente, há mais do que um toque de Tony Stark sobre Downey Jr., e não no sentido egoísta sarcástico – ele nenhum dos dois – mas em sua mente da velocidade da luz, senso de humor e charme sem esforço. Sentado ao lado dele, Duvall parece um pouco menos descontraído, um corpo fortemente fechado, mais quente, protegendo-se contra o outro, torna suas angustiantes batalhas na tela ainda mais surpreendentes. “Foi apenas um roteiro muito bem escrito”, diz Duvall. “Eu gosto de improvisar, mas quando você tem um roteiro tão bom como este, você não precisa. Você traz o que ele significa para você. Você vai a quaisquer profundidades que ele te leva e seu parceiro faz o mesmo.”
“Gostaria de vê-lo quando estávamos fazendo uma cena muito difícil”, diz Downey Jr., acenando para Duvall,” e parecia que quanto maior o desafio era, menos ele queria falar sobre isso. Você precisa desse imediatismo; você não quer ficar ensaiando e torná-lo obsoleto.”

Estamos acostumados a ver Duvall chegar em quaisquer profundezas que for preciso para encontrar um personagem, mas, tanto quanto nós amamos Downey Jr. no modo de super-herói, é um raro prazer vê-lo afundar seus dentes no tipo de papel dramático que dá ao seu grande talento rédea solta. “Eu não era o Homem de Ferro antes de Homem de Ferro sair,” diz ele sobre o seu papel mais famoso. “E a minha intenção é ainda estar por aí muito tempo depois que a franquia se for, para ainda ter o desejo de contar histórias e de atuar que a eu vejo em Bobby (Duvall). Toda vez que você assume um papel é uma oportunidade para re-estabelecer-se.”

Se alguém sabe qualquer coisa sobre re-estabelecer-se, esse alguém é Downey Jr.. Não muito tempo atrás, sua carreira parecia estar morta e enterrada e sua vida pessoa estava em frangalhos. Um longo batalhando contra as drogas o levaram a confusões com prisões, tentativas falhas de reabilitação, e, eventualmente, períodos na cadeia. Desde então, ele conseguiu talvez o renascimento pessoa e profissional mais espetacular na história do showbusiness. É uma reviravolta que ele atribui quase que totalmente a sua esposa, produtora Susan Downey, que ele conheceu no set de Gothika (2003) e se casou em 2005. “O velho provérbio é verdadeiro,” diz ele. “Por trás de todo grande homem, existe uma incrível mulher. Eu devo uma grande parte – se não todo – do meu sucesso à Susan.”

“Wow,” Susan Downey ri, “posso ter isso como meu toque de celular? Olha só, ele chegou lá por si próprio. Quando eu o conheci, eu não tinha intenção nenhuma em me apaixonar por ele. Ele era um ator e eu tinha um trabalho de verdade. Mas havia uma conexão. Eu sempre fui muito focada e orientada em como eu vivia minha vida. E eu fui bem clara com ele de que eu não estava afim de uma roda gigante de drama e ridiculosidade. Então se ele quisesse entrar nessa jornada, ele teria que limpar seus atos. Foi uma escolha dele. Não havia nada que eu poderia fazer.”

Em 2010, o casal – descrito pelo diretor de Sherlock Holmes como “a maior ilustração de um matrimônio simbiótico que eu já vi” – formou sua própria empresa de produção, Team Downey, que rapidamente achou um abrigo na Warner Bros.. “Eles são como Lennon e McCartney,” diz David Dobkin sobre sua colaboração. “Não há dúvidas de que Susan é a cabeça do negócio, mas a bola está passando entre eles o tempo todo. Eles são como um organismo de fluxo livre.”

O Juiz é o primeiro fruto deste organismo e deixa uma declaração forte sobre os tipos de filmes que a Team Downey pretende fazer, e também os tipos de filmes que Downey Jr. está ansioso em fazer. No primeiro ponto não há argumento. “Eu entrei nisso porque eu queria fazer Broadcast News,” diz Susan Downey, que era a Vice-presidente Executiva de Produção na Joel Silver Pictures antes de fundar a Team Downey. “Eu queria fazer Kramer Vs. Kramer, The Verdict, filmes que eu cresci amando. E sim, O Juiz é definido como esse tipo de filme. É um drama adulto, que é o que nos propusemos a fazer.”

“Quando o roteiro de O Juiz nos foi dado a gente ficou tipo, ‘Obviamente vamos fazer isso!'” disse Downey Jr.. “O que eu adorei sobre a história é definitivamente não tem um final feliz – mas também não é um final triste. É mais como vida real, onde as coisas estão mal resolvidas mas ainda há esperança. O Juiz chega e Hank Palmer também. Não é perfeito, não é uma grande resolução, mas há uma resolução. Eu pensei, ‘Uau, talvez pudéssemos usar minha influência para conseguir um estúdio para fazer um filme que estúdios não fazem mais.'”

Quanto ao segundo ponto, embora O Juiz e a declaração de que a Team Downey pretende fazer filmes mais dramáticos, há alguns equívocos.

“Pessoalmente,” diz Susan Downey. “Gosto muito de vê-lo em papéis ‘reais’, é corajoso da parte dele, porque ele não pode confiar em qualquer sino que ouve, como pode em Homem de Ferro ou Sherlock, mas não somos específicos com o drama e o aspecto comercial também é importante. Mas o mais importante é contar grandes histórias por meio de personagens. Isso significa uma grande variedade de coisas que Robert vai estrelar, talvez assumir um papel menor, talvez produzir, talvez até mesmo dirigir.”

“Estamos desenvolvendo uma história de Perry Mason e trabalhando em outra história de Sherlock,” disse Downey Jr.. “Estamos trabalhando em vários filmes diferentes. Sempre é sobre a qualidade. E nós temos Robert Duvall estrelando nosso primeiro filme, e isso é um bom presságio. É bem legal, também!” SIMON BRAUND

 

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# entrevista, Robert Downey Jr.