[DVD Era de Ultron] Comentário em áudio de Joss Whedon
Aquele pequeno “Yay”, tanto eu, quanto Robert levamos os créditos, essa pequena frase era na verdade, de Jeremy Latcham, mais uma vez, dizendo: “Ele precisa fazer um barulho lá”. E eu estava tipo, “Oh, não, ele não faz. Poderíamos fazer, mas ninguém vai ouvir. ” Portanto, ele recebe todo o crédito por isso.
De uma forma que uma pessoa e meia reconheceria, acho que eu disse, “Cinco pessoas da platéia irão reconhecer isso.” E Kevin Feige disse: “Sim, eu vou ser um deles.” Foi uma grande decisão de mudar o rumo da história, mudar todo o seu carisma ou a garra que ele possui. Em última análise, nós conseguimos e os produtores disseram, “Nós temos um problema, e o problema é Tony.”
E, hum, uma das coisas que também meio que me atingiu no final do jogo é que você pode realmente olhar para esse filme e dizer, “Tony Stark é o vilão.” Não é apenas a barba. Ele é um bom homem que é corrompido por sua própria ansiedade, por esta visão de um desastre, e faz o que é obviamente uma decisão muito ruim. E eu passei tanto tempo no processo de escrita e durante as filmagens tentando proteger Tony Stark. Tentando se certificar de que ele ainda era uma figura heróica. E em um ponto eu assisti o filme, e disse, “Você pode continuar, seguir em frente com seu plano, mas o que indica é que ele estava se tornando um vilão.”
Obviamente, ele não é apenas isso. Ele é um sobrevivente, e ele é um herói de muitas maneiras. Mas isso foi muito libertador … e eu acho que não é algo que você pode mexer muito em algo como isso, narrativamente. Apenas vá em frente e diga, “o cara pode não ser bom.” E mais uma vez, algo que, tematicamente, o filme inteiro é sobre. Foi comentado, e não é por acaso que a palavra “monstro” é usado pela maioria da equipe sobre eles próprios ou por outros membros.
Assim, é claro que nós já analisamos a parte religiosa. E que, entra, novamente, não por acaso. Não estamos dizendo nada de concreto sobre a religião, mas estamos atuando na iconografia cristã, uma grande venda, parcialmente porque os dois, Tony Stark e Ultron, são complexos, e em parte porque a visão que ele quer passar, não possui um ideal. Isso é um pouco de embelezamento que Robert e eu analisamos no dia. É sempre bom poder ter pessoas que sabem qual é o seu personagem tão bem, que eles podem dar a você o que você pediu, mas, em seguida, faz com que você se sinta vivo.
Eu realmente não sabia onde colocar as pessoas e como fazer para que eles chegassem no seu nível emocional. Especialmente porque Robert tem realmente uma tarefa difícil nesta cena (a parte que ele encontra os Vingadores mortos no espaço) no meio da pior coisa que ele já fez. E para mim, foi realmente importante, e o Robert também. No momento em que contei para ele, ele ficou travado. E ele disse: “Eu faço isso sempre que sou capturado. Não consigo. É tão ruim. Eu fico nervoso, eu fico rindo.
Mas também penso que há algo… eu me sinto como Tony… Há um pouco do Asperger’s (uma síndrome denominada como dificuldade de interagir com as pessoas) , ele simplesmente não lida muito bem com a sociedade.
E, por fim, toda a minha história de “Tony é o vilão” até que funcionou bem. E, mais uma vez, “vilão” não significa necessariamente “MUAHAHA” (Isso está realmente nos comentários kkk), porque aqui, você vê o seu sofrimento e o tipo de natureza épica do seu heroísmo. Que é um contraste, como de costume, com a simples natureza de Steve (Capitão América). E Tony é um cara que gosta de fazer a matemática. E o Steve é um cara que entende a situação como ela é, ele observa as pessoas ao redor dele.
Os Vingadores tem tanto poder no início, e uma das coisas que eu já sabia, e eu tinha esse problema com o primeiro, é que ninguém tem um bom dia, todos os dias. E, por isso, era muito importante para mim que eles tivessem um mal dia no segundo filme, mas não apenas pelas circunstâncias, mas porque era necessário… No caso do Tony, de uma forma dramática, mas em todos os casos a uma medida, perdeu algum aspecto da missão. Perdeu algum aspecto da sua humanidade, porque o lance de ser um super-herói, é sobre ter um poder. Quando as suas decisões o afetam mais do que as pessoas que o rodeiam, inevitavelmente, você vai querer destruir alguma coisa
Nós estamos chegando em algo que nunca falha em obter risadas, coisa que por algum tempo foi realmente difícil pra mim porque eu não queria que isso parecesse uma piada. Eu achava que seria legal, e, obviamente, seria algo mais dos comics, mas eu jamais pensei que esse se tornaria um momento de risadas.
Ele originalmente teve uma fala, “Para onde você está nos levando?” “Para um lugar onde eu esperava jamais levar vocês.” Mas, naquele dia, tudo que eu podia pensar era que Tony ficaria tipo, “Uhm, eu definitivamente vou ir dirigindo. Não sei o que isso significa, mas parece ameaçador.” E soou tanto ameaçador quanto heróico. Eu tenho vergonha de dizer que “Oi, Deere” foi ideia do Robert. É um daqueles momentos que eu simplesmente me dou um tapa e penso, “Como que eu não pensei nisso?”
A ideia de brincar com as confissões de Tony… Porque houve um longo período onde aquilo era algo como, “Bem, será que ele deve falar a todos que teve uma visão?” E tivemos discussões sobre isso durante um bom tempo que indicavam que ele dizia algo, ou disse algo fora de cena, mas você não traz Nick Fury sem razão alguma. E por mais que fosse importante dizer que eles estavam voando por si, sabíamos que queríamos ver Nick, e tê-lo como a prmeira pessoa que Tony pode conversar realmente, e essa ser de algum modo a mudança na maré para Tony, mesmo ele estando prestes a fazer algo ainda mais absurdo do que ele já havia feito, é importante para todo o grupo.
A ideia, no entanto, que Tony esteja procurando seu mundo, o mundo da ciência, e que Thor está procurando o mundo da magia. E então, isso nos traz de volta para a ideia de que Tony é o vilão. Um dos momentos mais maléficos que ele tem, é quando ele diz ao Gavião Arqueiro, “Porque você não desaparece?” e eu vou fazer uma cara de mal, com sombrancelhas furiosas, porque vou fazer algo insano. E a ideia de que ele fará a única que é errada para ele é interessante para mim, porque o pensamento de que a pior coisa que temos é algo útil dá a isso uma textura diferenciada.
A voz na cabeça de Tony era originalmente de uma atriz diferente, mas, novamente, a garota Friday era algo que eu gostava muito. E Friday era uma de suas personalidades nos comics, mas quando ela apareceu como americana, a única forma de estabelecer-se como uma pessoa diferente, era tendo gracejos entre eles, que significa fazer um personagem inteiramente novo após o Visão. Então, dar a ela o sotaque, meio que serviu como um atalho.
Nós fizemos isso em refilmagens e eu disse que precisávamos de alguém que expressasse o ambiente do que eles estavam passando, e Kevin disse, “Ou então eles podem fazer piadas sobre o martelo, aquelas que você quase pôs no filme.” Eu fiquei meio, “Ok, beleza, vamos fazer isso ao invés.”
Eu acho que nós poderíamos explicar muito claramente o problema que Ultron estava fazendo e criar uma cena que realmente te fizesse sentir pena de Jarvis. Foram Kevin e Jeremy que lutaram pela presença de Jarvis durante o filme. Eu sempre insisti em fazer dele o Visão. Eles mantiveram insistindo, “Nós queremos mais. Queremos algo visual. Queremos que todos fiquem de boca aberta com ele. Queremos que ele seja tratado como um cara normal.” E eu não entendia muito bem a necessidade disso do jeito que eles fizeram. E então, juntando tudo isso, era claro, “Ah, claro, espere um momento, esse cara, ele estava lá no início. Ele estava lá nos primeiros minutos do primeiro Homem de Ferro.” E as pessoas agora tem uma ligação com ele que é bastante palpável e muito humana.
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