*Teatro do absurdo é um termo criado pelo crítico húngaro Martin Esslin, tentando colocar sob o mesmo conceito obras de dramaturgos completamente diferentes, mas que tinham como centro de sua obra o tratamento de forma inusitada da realidade ( Obrigado Wikipédia ).

O TEATRO DO ABSURDO ESTÁ DE VOLTA PARA A SUA ALEGRIA!
Na sua grande reestréia nós trazemos para vocês o nosso querido Steve Lopez.


Quem controla o passado, controla o futuro e quem controla o presente, controla assim o passado. Essas foram as sábias palavras de George Orwell a cerca de nossa humanidade, porém acredito eu que ele talvez pudesse ter sido mais especifico. Quem controla a escrita, controla o passado, o presente e então o futuro. Em outros termos, quem tem o controle da escrita pode dar ao mundo sua própria e irrefutável versão da verdade, glorificar homens ‘’maus’’ em uma simples artigo de jornal, ou em 140 caracteres destituir um

governo.

Steve Lopez é um repórter de talento imensurável, criativo Steve conseguiu até que seu acidente de bicicleta ganhasse um cantinho em sua coluna. Escrevia sobre qualquer coisa, qualquer um, sendo capaz de transformar um acidente em algo interessante não é de espantar que um jovem esquizofrênico que tocava seu violino, de apenas de duas cordas, num dos parques da cidade, fosse sim uma reportagem rentável. Nathaniel Ayers é o outro lado da história, esquizofrênico, mas também um musicista impecável, inconstante, agitado…O que começou com uma simples reportagem rendeu a ambos uma amizade que iria durar. Não que Steve no começo estivesse muito preocupado, afinal teria sua reportagem, sua história de fazer chorar, manteria seu emprego e assim talvez, apesar dos problemas com a esposa e filho, pudesse colocar a cabeça com mais tranquilidade no travesseiro.

 Mas a inconstância de Ayers era algo que lhe despertava a curiosidade, não poderia apenas dar as costas a um ser humano que poderia vir a ser um dos grandes gênios da música, não poderia dar as costas a um ser humano tão frágil quanto ele. Como sempre nem toda história é perfeita e quanto mais apegada a realidade, mais distante da perfeição ela vai estar. Durkein, um filósofo do sec. XIX dizia que o suicídio não é algo causado por um ato individualista do suicida, mas que esse em complô indireto com uma sociedade cujos padrões impecáveis o impõem a uma estética, apela para a morte como sendo a solução para os seus problemas. Para Lopez e Ayers não foi necessariamente a morte física, porém a morte de seus ideais e sonhos, talvez a certeza de que se tornar um musicista famoso, viver longe das ruas, ou ter um relacionamento saudável com a família fosse algo tão distante das mãos, que não valia mais lutar. Em meio a tentativas, os dois constroem seu relacionamento baseado em confiança, aos poucos Steve e

Nathaniel passam a se enxergar como semelhantes, cada um com sua ‘’deficiência’’ ilustrando aquele comportamento humano de tolerância que muitos desejamos, sem piedade, sem dó, uma relação baseada fortemente no reconhecimento de suas fraquezas. 


 Dentro desse conceito, temos o Robert como interprete do senhor Steve Lopez, numa interpretação impecável devo dizer, o semi usado Robert ( pra não chamar de idoso hehe ) mostra ao seu público tudo o que tem, caminhando numa corda banda sentimentalista digna do movimento romântico. De lágrimas a pancadas, o digníssimo sr Downey atende a todas as expectativas e até mesmo quando seu comportamento nos dá razões para odiá-lo, ele dá a volta por cima, coloca razões vs sentimentos sobre a mesa, nos fazendo repensar nossa postura diante da sociedade, nossas ações e o mais incrível de forma autônoma, sendo guiado por sua consciência, um pioneiro solista, um desbravador da alma humana.

Coluna criada por Pâmela Gomes.

Nós colocamos um tópico lá em cima no canto da nossa página, caso você queira conferir os outros personagens da nossa coluna!

# coluna, o solista, steve lopez, teatro do absurdo